O eletroencefalograma é um exame não invasivo capaz de avaliar a atividade elétrica cerebral. É realizado por equipe técnica capacitada para o exame, e posteriormente analisado por médico neurologista com formação adicional em Eletroencefalografia, que é o responsável pela elaboração do laudo final do exame.
Sua principal indicação é para avaliação de suspeita de crises epilépticas ou epilepsia, quando tem papel essencial para sub-classificação e definição de início de medicação. Pode também ser indicado para pacientes com episódios de desligamentos, suspeitas de crises de ausência, desmaios atípicos e movimentos anormais em sono que possam sugerir crise epiléptica. Em pacientes já sabidamente epilépticos, pode ser usado para ajustes terapêuticos, definição sobre retirada de medicação e acompanhamento geral.
Pequenos eletrodos são posicionados no couro cabeludo, com uso de pasta específica, conectados a um aparelho recebe as informações da atividade elétrica cerebral e transfere para o computador em forma de ondas cerebrais. É um exame totalmente indolor e necessitando a colaboração do paciente para ser realizado com sucesso. Caso o paciente tenha feridas ou cortes no couro cabeludo, pode eventualmente não ser possível realizar o exame, devendo ser reagendado para tão logo o couro cabeludo esteja íntegro novamente. Pacientes agitados ou pouco colaborativos também podem enfrentar dificuldade para realizar o exame.
Crianças pequenas podem realizar o exame, sendo habitualmente iniciado em sono e despertando o paciente ao final. Para maior qualidade do registro, é necessário preparo de sono na noite anterior, sendo habitualmente recomendada redução da duração total do sono. Os pacientes são informados no agendamento sobre o preparo de sono indicado para cada caso. Em situações específicas, medicações podem ser usadas para ajudar a obter registro em sono ou sonolência, mas vale ressaltar que como o EEG é um exame bastante sensível, sempre damos preferência para realização em sono natural.
No transcorrer do exame podem ser realizados testes adicionais, como solicitar para abrir e fechar os olhos, respirar rapidamente, ou olhar para uma luz piscante. Estes testes são padronizados e servem para avaliar respostas específicas, trazendo informações adicionais sobre a atividade elétrica cerebral de cada paciente.
Pode ser realizado em todas as faixas etárias, incluindo recém-nascidos (quando a melhor opção é o exame de poligrafia neonatal, uma modalidade mais completa para avaliação nesta faixa etária), crianças, adolescentes, adultos e idosos. O exame padrão tem duração total de cerca de 1 hora; em situações específicas – como dúvida diagnóstica, diagnóstico diferencial, quantificação de crises, entre outras – pode ser realizado por um tempo bastante prolongado.